Como administrar uma equipe de competição em tempos de pandemia

Equipes de baja de universidades federais contam como estão lidando com o on-line

Após um ano da pandemia do coronavírus que paralisou as atividades presenciais, equipes de competições de carros off-roads de Universidades Federais brasileiras contam como é lidar com a mudança para plataformas on-line. Projetos que exigem a participação presencial dos integrantes para a construção de um protótipo tiveram que se adequar e pensar em outras alternativas para não permanecerem parados.

Em meio a notícia da variante do covid-19 e ao aumento dos casos de infecção, os planos de retornar aos poucos para a oficina foram desfeitos. Na equipe Rampage Baja da Universidade Federal de Juiz de Fora, tanto o capitão Vinicius Carvalhaes como a gerente de Gestão Bruna Delgado destacam que encararam a quarentena inicialmente como uma adequação provisória, mas que, com o passar dos meses logo tiveram que mudar toda a rotina para o on-line, inclusive as reuniões.

Com a mudança de ambiente do projeto que era presencial, eles comentam que a desmotivação chegou ao nível de desligamento de alguns membros. Ademais, Vinicius Carvalhaes afirma que, um ponto que conseguiram começar a motivar os membros foi em relação ao potencial do futuro carro deles. “O quanto ele poderia evoluir em projeto, por estarmos tendo mais tempo para isso nesse período”, acrescenta.

“Esse período de pandemia é um verdadeiro desafio para todos, a gestão de pessoas tem que ser criativa para estar sempre inovando e não deixando que os membros diminuam a produtividade e acabem desmotivados”, diz Bruna Delgado.

Para a capitania da Komiketo Baja, da Universidade Federal de São João Del-Rei, tanto o capitão Felipe Pires quanto a coordenadora do Setor de Engenharia do Produto, Larissa Leal, explicam que necessidade da mudança para o on-line gerou um impacto muito grande nos membros, pois muito da motivação vinha do foco na competição e da convivência.

A fim de lidar com a situação, começaram a promover eventos internos e motivar todos a estudarem pontos de melhorias em seus setores. “Acredito que o foco em estudos e desenvolvimento de materiais acadêmicos, foi um ponto muito explorado nesse período remoto e que melhorou bastante os nossos dados”, comenta Larissa Leal.

“Aprendemos a valorizar as pequenas coisas, como conversar com as pessoas e mexer no protótipo. Além disso, a Komiketo sai mais forte dessas dificuldades”, destaca Felipe Pires.

Reunião de liderança da equipe de competição Serbaja

Tendo que se limitar a uma tela de computador, as reuniões passam a ser menos interativas e as relações entre o grupo se tornam distantes. Para lidar com essa realidade, o Serbaja, da Universidade Federal de Sergipe, passou a adotar dinâmicas antes das reuniões de cada subsistema. O líder de Gestão Elson Melo afirma que esse estilo de reunião on-line será mantido mesmo com a volta do presencial. "As reuniões em cada subsistema são algo que pode continuar de modo virtual, pois conciliar o horário de todos na rotina universitária é muito difícil”, diz.

Com a atividade da oficina em pausa, a falta de projetos práticos também gera desmotivação. “Para tentar resolver isso foi implementado Team Day's, reuniões apenas para dinâmicas e foi adiantado todas as atividades possíveis que possam ser feitas em casa, para que quando voltar, possamos focar apenas na oficina”, conta Márcio Felipe, capitão da equipe.

Por Franciele Oliveira